domingo, 27 de julho de 2014

WARUM IST FLIEGEN NICHT SICHER? PORQUE VOAR NÄO É SEGURO?






ERGEBNISS: Es gibt weniger Flugzeuge als Autos in der Welt.  Es geschehen viel weniger Unfälle mit Flugzeuge , als Autounfälle im Jahr. ABER  wenn ein Unfall geschieht, da hat man im Auto 37,6 % mehr Chancen den Unfall zu überleben, als beim Flugzeug.Diese Ergebnisse basieren sich auf dieser vorher erwähnnten Internetseiten, dessen Inhalt sich auf die Welt + Brasilien  beziehen. Es gibt leider keine 100% RICHTIGE statistische öffentliche vertrauenswürdige Quelle nirgendwo zu sehen.  Ich glaube nicht an den Flugzeuggesellschaften, die sich sowieso nur für das Profit interessieren auf Kosten von Leben anderer Menschen. Warum ist das Flugzeug immer noch nich sicher? Warum troz gepriesene technologie immer noch Flugzeuge verschwinden, oder Maschinen absagen, zweites System fällt aus, etc? Weil Sicherheit KOSTET. Hier schlage ich etwas vor , was könnte mann machen , um ein Flugzeug sicherer beim Fliegen und Landen zu haben.  Diese Massnahmen werden schon pünktuell verwendet , aber nicht übernommen, aus einen einzigen Grund: GELD! Darum fülle mich sicherer im Auto oder Schiff!

- 1 Fallschirm pro Person
- Fallschirm oder Luftballon für das eigene Flugzeug ( http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/06/130607_aviao_queda_jardim_paraquedas_rw.shtml )
- Warum nicht über Wasser fliegen?? Es verbraucht die Hälfte an Treibstoff und erreicht dieselben Geschwindigkeiten.(https://www.youtube.com/watch?v=V8Nu94khHoo)
- Automatisch-aufgeblasene luftmatraze (mit oder ohne Feuerlösch Gel) (http://www.airwarriors.com/community/index.php?threads/wheels-up-harrier-landing.21127/)
- Diesel ("antimisting kerosene") im Flügel, der sich in gel (nicht brennbar) verwandelt , wenn geschüttelt beim Unfall ( http://www.google.de/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Ff%2Ff2%2FCID_slapdown.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fen.wikipedia.org%2Fwiki%2FAviation_safety&h=2348&w=3000&tbnid=Y1uykT1Ihg5rjM%3A&zoom=1&docid=NwVMgRpwKg9K-M&ei=EN3UU4PcAqXOygObx4GgAg&tbm=isch&iact=rc&uact=3&dur=521&page=5&start=118&ndsp=28&ved=0CGMQrQMwHzhk )

SUMÁRIO: Há menos Aviöes no mundo do que carros. Acontecem muito menos acidentes por ano de aviöes do que de viaturas rodoviárias. MAS quando um acidente acontece, de carro tem-se 37,6 % mais possibilidde de escapar com vida do que no aviäo. Este estudo baseia-se em algumas páginas de internet, cujo conteúdo refere-se  ao Mundo+Brasil  em pormenor. Infelismente näo existem  fontes 100%  fiáveis públicas. Eu näo acredito nas firmas aéreas, pois o interesse deles é só o lucro sem olhar ao preco de vidas humanas. Porque será que o aviäo ainda näo é  100% seguro? Porque apesar de tanta tecnologia , ainda há aviöes que desaparecem, máquinas avariam, sistema secundário falha, etc ? Porque a seguranca CUSTA! Aqui mostro como se poderia fazer um aviäo muito mais seguro. Estas medidas já existem mas näo säo tomadas por uma e só uma razäo: DINHEIRO! Por isso me sinto mais seguro num carro ou navio!

- Paraquedas para passageiros
- Paraquedas ou baläo de ar automático para o próprio aviäo ( http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/06/130607_aviao_queda_jardim_paraquedas_rw.shtml )
- porque näo voar sobre a agua? Só gasta metade do combustivel de um aviao vormal e velocidades säo as mesmas (https://www.youtube.com/watch?v=V8Nu94khHoo)
- Colchao insuflável (com ou sem gel anti-fogo dentro) para aterragem de emergencia (http://www.airwarriors.com/community/index.php?threads/wheels-up-harrier-landing.21127/)
- Diesel ("antimisting kerosene") na asa que se transforma em gel (näo combustível) quando agitado em caso de acidente ( http://www.google.de/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fupload.wikimedia.org%2Fwikipedia%2Fcommons%2Ff%2Ff2%2FCID_slapdown.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fen.wikipedia.org%2Fwiki%2FAviation_safety&h=2348&w=3000&tbnid=Y1uykT1Ihg5rjM%3A&zoom=1&docid=NwVMgRpwKg9K-M&ei=EN3UU4PcAqXOygObx4GgAg&tbm=isch&iact=rc&uact=3&dur=521&page=5&start=118&ndsp=28&ved=0CGMQrQMwHzhk )


sábado, 26 de julho de 2014

OS CIGANOS EM PORTUGAL

QUEM SÄO ?

(Wikipédia): " Ciganos é um exônimo para roma (singular: rom; em português, "homem") e designa um conjunto de populações nomadas que têm em comum a origem indiana e cuja língua provinha, originalmente, do noroeste do subcontinente indiano.
Essas populações constituem minorias étnicas em inúmeros países, entre a Índia e o Atlântico, e são conhecidas por vários exônimos. O endônimo "rom" foi adotado pela União Romani Internacional ( em romani: Romano Internacionalno Jekhetanipe) e pelas Nações Unidas.
Na Europa, esses povos, de origem indiana e língua romani, são subdivididos em diversos grupos étnicos:

- Rom ou roma propriamente ditos, presentes na Europa centro-oriental e, a partir do século XIX, também em outros países europeus e nas Américas;
- Sinti, encontrados na Alemanha, bem como em áreas germanófonas da Itália e da França, onde também são chamadosmanoush;
- Caló, os ciganos da Península Ibérica, embora também presentes em outros países da Europa e na América, incluído o Brasil.
- Romnichals, principalmente presentes no Reino Unido, inclusive colônias britânicas, nos Estados Unidos e na Austrália.

Além de migrarem voluntariamente, esses grupos também foram historicamente submetidos a processos de deportação, subdividindo-se vários clãs, denominados segundo antigas profissões procedência geográfica, que falam línguas ou dialetos diferentes.

História

Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos roma foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da origem dos roma se limitavam a especulações. No final do século, antropólogos culturaislevantaram a hipótese da origem indiana dos roma, baseada na evidência linguística - o que foi posteriormente confirmado pelos dados genéticos.
Em 1777, Johann Christian Cristoph Rüdiger, professor da Universidade de Halle, na Alemanha, em carta ao linguista Hartwig Bacmeister, sugere uma possível ligação entre o romani e as línguas da Índia. Rüdiger baseava suas conjecturas em pistas fornecidas pelo próprio Bacmeister e por seu professor, Christian Büttner, mas também na sua própria pesquisa, realizada com a ajuda de uma falante de romani, Barbara Makelin, e apoiada em gramáticas hindustani. A hipótese teve ampla circulação entre seus colegas acadêmicos. Em 1782, Rüdiger publicou um artigo intitulado "Sobre o idioma indiano e a origem dos ciganos",[16] no qual compara as estruturas gramaticais do romani com as do hindustani. Trabalhos seguintes deram apoio à hipótese de que a língua romani possuía a mesma origem das línguas indo-arianas do norte da Índia. Baseado no dialeto sinti, este é o primeiro esboço gramatical acerca de uma variedade do romani, e é também a primeira comparação sistemática do romani com outra língua indo-ariana.

Origem e migrações

Os roma originaram-se de populações do noroeste do subcontinente indiano, das regiões do Punjab e do Rajastão, obrigadas a emigrar em direção ao ocidente, possivelmente em ondas, entre c. 500 e c. 1000 d.C.. Iniciaram a sua migração para a Europa eÁfrica do Norte, pelo planalto iraniano, no século XI, por volta de 1050.
A saída da Índia provavelmente ocorreu no contexto das invasões do sultãoMahmud de Ghazni (região do atual Afeganistão).[18] Mahmud fez várias incursões no norte da Índia, capturando os povos que ali viviam. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, no inverno de 1019 - 1020, o sultão saqueou a cidade sagrada de Kannauj, que era então "uma das mais antigas e letradas da Índia, capturando milhares de pessoas, e vendendo-as em seguida aos persas". Estes, por sua vez, venderam os prisioneiros como escravos na Europa. No Leste Europeu, cerca de 2.300 deles foram para a zona dos principados cristãos ortodoxos da Transilvânia e da Moldávia, onde foram convertidos em escravos do príncipe, dos conventos e dos latifundiários.[19]
Por volta do século XI a língua romani apresenta claros traços de línguas indo-arianas modernas,[20].
Já no século XIV, devido à conquista territorial e política de estados indianos, muitas caravanas rom partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. É segunda onda migratória, que os roma denominam Aresajipe. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina.
Na Europa, em razão de clivagens internas e da interação com as várias populações europeias, os roma emergiram como um conjunto de grupos étnicos distintos, dentro de um conjunto maior. Alguns desses grupos foram escravizados nos Bálcãs, no território da atual Romênia, enquanto outros puderam se movimentar, espalhando-se principalmente pela Hungria, Áustria e Boêmia, chegando à Alemanha em 1417. Em 1422 chegam a Bolonha. Em 1428, já havia ciganos na França e na Suíça. Em 1500, surgiram os primeiros ciganos ingleses.
A terceira onda migratória deu-se entre o século XIX e início do século XX, da Europa para as Américas, após a abolição da servidão naEuropa Oriental, entre 1856 e 1864. Alguns estudiosos apontam ainda a ocorrência de uma outra grande migração, proveniente da Europa Oriental, desde a queda do Muro de Berlim. [21]

Perseguições

Durante as perseguições do século XV, contra judeus e muçulmanos, começa também a caça aos ciganos. Segundo o antropólogo José Pereira Bastos, professor da Universidade Nova de Lisboa, "eram considerados vagabundos e delinquentes. Na Alemanha e na Holanda, eram exterminados a tiros por caçadores pagos por cabeça. Na Europa, o propósito de extermínio dos ciganos sempre foi muito claro".[19]Os anos de 1555 e 1780 são particularmente marcados por atos de violência contra os ciganos, em vários países.
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia que fossem reconhecidos como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo tenham sido qualificados como egípcios. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe no florescimento de lendas e provérbios tendendo a pôr os roma sob mau prisma, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos.[22] Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Jesus (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação). Caracterizados pelo nomadismo, o modo de vida dos ciganos e suas condições de subsistência são sempre determinados pelo país em que se encontram: os mais ricos são os ciganos suecos e os mais pobres encontram-se nos Bálcãse no sul da Espanha.
Embora mantendo sua identidade, em alguns aspectos os roma revelam grande capacidade de integração cultural: sempre professam a religião local dominante, da mesma forma que suas danças, músicas, narrativas e provérbios manifestam a assimilação da cultura no meio em que vivem. Sua capacidade de assimilar a música folclórica permitiu que muitas peças fossem salvas do esquecimento, principalmente as do Oeste Europeu. Excluindo as publicações soviéticas sobre o assunto, existem apenas nove livros escritos em romani.
Durante a Segunda Guerra Mundial, entre duzentos e quinhentos mil ciganos europeus teriam sido exterminados nos campos de concentração nazistas. Entre os roma, o massacre é denominado de porajmos e começou a ser recuperado pela historiografia apenas a partir dos anos 1970.[23]
No dia 2 de abril de 2009, o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering, recebeu um prêmio pelo trabalho desenvolvido peloParlamento Europeu na defesa dos direitos da comunidade rom na Europa. O prêmio foi entregue por representantes das principais organizações europeias, em nome da comunidade rom, antes do Dia Internacional dos Roma, que se celebra no dia 8 de abril.[24] Dos 12 a 15 milhões de roma que vivem na Europa, 10 milhões vivem em Estados-Membros da União Europeia, a maioria dos quais adquiriu a cidadania europeia com o alargamento de 2004 e a adesão da Romênia e da Bulgária em 2007. (...)"

"A etnia cigana em Portugal - DE Paulo Machado - Sociólogo. Docente do Curso de Sociologia da UAL

A primeira observação sublinha a dificuldade que, por oposição ao que sabemos sobre outras etnias, existe na identificação da comunidade cigana em Portugal. Excluída a nacionalidade, porquanto não existe uma nação cigana de onde sejam oriundos, o elemento etno-rácico está fortemente diluído pelo abrandamento das estratégias endogâmicas que caracterizam amiúde as minorias étnicas, sendo inclusivamente difícil formular um perfil somático ou antropofísico distintivo. Resta, pois, a identificação cultural dos próprios, contrastando, em muitos casos, com a que é feita pêlos não ciganos. Acresce o facto de a identidade do povo cigano parecer ser um exercício redutor, face à diversidade intra-étnica que muitos sublinham. Em definitivo, parece comprometida a identificação de uma etnoclasse cigana. Quando muito, poderá falar-se de uma etnicidade, pouco homogénea, mas muito actuante como factor de clivagem social.
A segunda observação recai, inevitavelmente, na ausência de estudos sucessivos e aprofundados sobre os ciganos portugueses, seguindo de perto o que acontece nos países onde a presença de ciganos se encontra referenciada. Para o conjunto dos países dos Estados membros do Conselho da Europa (acrescentada a Finlândia e retirada a Turquia), estimou-se que no início da década de 80 existiriam cerca de um milhão de ciganos. Maioritariamente concentrados na Europa do Sul, e a Leste — sob cujos países subsiste uma incómoda falta de informação —, e sabendo-se que a taxa de crescimento demográfico anual deste povo pode rondar os 5%, como demonstraram os estudos efectuados para a vizinha Espanha e assim revela a sua estrutura populacional, esse volume demográfico poderá ter duplicado em pouco mais de 20 anos.
A terceira observação preliminar pretende sublinhar a contradição entre, por um lado, a ausência de estudos, de informação actualizada, a não sequência, em Portugal, de monografias tão exaustivas quanto a de Adolfo Coelho ("Os Ciganos de Portugal"), publicada em 1892, e, por outro lado, o facto histórico de se tratar da minoria étnica com uma presença secular no nosso País, cujas referências remontam ao século XIV, o que sustenta fortemente a hipótese de serem os ciganos a comunidade étnica com quem há mais tempo convivemos em território nacional.

Uma presença secular marcada pela exclusão

Esta presença, alimentada por movimentos migratórios intensos a partir da Estremadura espanhola, sobretudo entre os séculos XIV e XVI, ficou marcada desde cedo por uma discriminação severa, consagrada na ordem jurídica interna — castigos, degredo, expulsão, condenação à morte, interdição de residência — em sucessivas disposições (que culminam processos explícitos de iniquidade social), e que cedo extravasou para uma representação colectiva (que resume um processo oculto de exclusão) que se poderia definir como defensiva, relativamente a este povo de origem indo-asiática. Os exemplos de discriminação jurídica abundam desses tempos imemoriais até aos nossos dias, como no caso dos regulamentos policiais, não obstante terem sido declarados inconstitucionais. Neles se defende uma especial vigilância sobre os nómadas, entenda-se, sobre os ciganos, dada a sua propensão para um certo tipo de itinerância. Convém sublinhar que só a partir de 1996 foi erradicado do Relatório Anual de Segurança Interna um quadro estatístico, no qual os suspeitos das práticas de certa criminalidade eram caracterizados segundo a raça: "negros, ciganos e brancos"!
A última década foi, de resto, marcada por um recrudescimento da animosidade de certas comunidades rurais, sobretudo do Norte e Interior do País, relativamente aos seus vizinhos ciganos, sob o pretexto de serem estes os principais protagonistas do tráfico de droga, e que conduziu nalguns casos ao surgimento de milícias populares e a uma assumida indisponibilidade por parte de alguns executivos camarários para os realojar, ao abrigo de programas de erradicação de barracas. Na cronologia da história de Portugal, sinalizamos factos como a Lei de 28 de Agosto de 1592, a qual, concedendo um prazo limitado para a saída dos ciganos de Portugal, ameaçava os que resistissem com a pena de morte, executada sem apelo nem agravo. No futuro, sinalizar-se-ão sobre a história social os dramáticos acontecimentos de Cervães, Francelos ou Vila Verde, ocorridos em 1996 e 1997, ao arrepio do Estado de Direito Democrático, mas tão elucidativos dos antagonismos sociais que os ciganos suscitam, ainda hoje, em muitas comunidades.
Passado, presente e futuro

Actualmente existirão cerca de quarenta mil cidadãos portugueses susceptíveis de serem considerados como ciganos, aos quais a Lei Portuguesa concede direitos e deveres iguais aos demais cidadãos. A Resolução do Conselho de Ministros n° 157/96, de 19 de Outubro, criou um Grupo de Trabalho para a Igualdade e Inserção dos Ciganos, sob a égide do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME). Valendo-se da pouca informação disponível, muito dispersa e circunscrita a algumas comunidades ciganas, este Grupo de Trabalho produziu o mais recente e sistemático levantamento das condições sociais dos ciganos portugueses. A expectativa de que um inquérito, lançado em 1997 pelo Observatório das Ciências e Tecnologias do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) às 4221 freguesias, traria à luz do dia mais elementos, foi gorada por uma taxa de respostas de 26% — das quais 770 em branco —, reforçando a ideia de menos interesse pelo quotidiano destes cidadãos.
À parte estes problemas, e em traços muito gerais, os contrastes sociais e culturais ainda hoje existentes permitem assinalar uma vulnerabilidade acentuada à pobreza, facto que o acesso de muitas famílias ciganas ao Rendimento Mínimo Garantido e aos programas de realojamento dramaticamente demonstra. Com efeito, a marginalização, a guetização, a desvinculação estrutural face ao mercado formal de emprego, o analfabetismo, a inserção profissional prematura no contexto da economia informal, o retraimento ao nível da participação socio-política, são regularidades que marcam, ainda hoje, a realidade social vivida pela gente cigana. Talvez o grupo étnico cigano acumule, de forma ímpar, um conjunto de dimensões de contraste social e cultural em relação à sociedade portuguesa em geral. Vejamos sinteticamente quais são os mais significativos contrastes.
Num estudo sobre a população cigana do distrito de Lisboa (realizado em 1988), residiriam aproximadamente 6.000 indivíduos de etnia cigana, 44% dos quais com menos de 14 anos. A percentagem dos que viviam em barracas era de 57%, dedicando-se mais de 2/3 à actividade de venda ambulante (na generalidade sem licença para tal). Os jovens com mais de 16 anos e os adultos e idosos eram maioritariamente analfabetos. No Alentejo, onde em 1993 se estimava existirem mais de 3.000 ciganos, os dados socio-demográficos apurados não diferem substantivamente destes. A Norte o cenário repete-se, com pequenas e não significativas diferenças.
No domínio da educação formal, o esforço que entidades oficiais e não governamentais têm desenvolvido no sentido da valorização da literacia junto da comunidade cigana, traduzido por um crescente número de crianças que se matriculam no 1° ciclo — muito embora se estime que menos de 2/3 das crianças em idade escolar estejam matriculadas —, não é depois acompanhado por uma permanência na escola nos ciclos subsequentes, muito embora o número de alunos no 2° Ciclo tenha duplicado entre 1992 e 1996, e o número de alunos no 3° Ciclo tenha aumentado 65% neste mesmo período. A sedentarização induzida pelo realojamento, no âmbito do PER e do PER/famílias, designadamente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, onde centenas de famílias ciganas conquistaram já o direito a uma habitação condigna, trouxe problemas novos de convivência intercultural porta com porta, cujo impacte está ainda por estudar em toda a sua plenitude.
Abrem-se, apesar disso, perspectivas de intervenção social, até aqui de muito difícil concretização. Multiplicam-se projectos de saúde comunitária, de alfabetização para jovens e adultos, de mediação social, de formação profissional, cuja maior dificuldade é o absentismo e a desistência dos destinatários. Ao abrigo de um protocolo entre o ACIME e o MCT, foram lançados recentemente 13 projectos de investigação sobre a comunidade cigana que proporcionarão um acervo teórico e empírico indispensável para melhor se conhecerem o(s) modo(s) de vida dos ciganos portugueses.

OPINIÖES :

Publicado a 8:00 Segunda, 4 de Agosto de 2008
"Pobres e mal-agradecidos

Na sentença em que condenou cinco homens de etnia cigana a penas de prisão efectiva por agressões a soldados da GNR, a juíza Ana Gabriela Freitas, de Felgueiras, citando testemunhas, referiu que os arguidos eram "pessoas marginais, traiçoeiras, integralmente subsidiodependentes do Estado". Muito embora a sentença se tenha sempre referido àqueles arguidos em concreto, o advogado de defesa entendeu que o seu alcance ia muito para lá disso e reflectia uma visão xenófoba sobre toda a comunidade cigana. É, de facto, difícil não desconfiar que assim foi e, todavia, não é isso que retira razão aos testemunhos citados pela juíza. Infelizmente.

Há anos, aplaudi a coragem do governador civil de Braga, Bacelar Gouveia, defendendo praticamente sozinho a comunidade cigana de Oleiros contra as populações locais. Hoje aplaudiria outra vez, porque penso que, num Estado de direito, a autoridade tem de garantir condições de igualdade entre todos, independentemente da raça ou dos hábitos de cada comunidade. Não é simplesmente tolerável que brancos rejeitem viver com negros por perto ou que negros rejeitem ser vizinhos de ciganos, como sucedeu recentemente na Quinta da Fonte. E, todavia, isso não encerra a questão.

Também não é tolerável que uma determinada comunidade ou etnia se torne de tal forma anti-social que ninguém queira viver ao seu lado por medo ou desconforto. Por mais teorias igualitárias que se construam, a realidade é que o mito dos ciganos vagabundos, últimos aventureiros e homens livres do Ocidente, está de há muito esgotado. Nas povoações do interior, os ciganos sempre foram olhados com desconfiança pelo facto de andarem armados, dedicarem-se ao pequeno furto e envolverem-se em frequentes rixas. Traziam problemas e conflitos aos locais por onde passavam e era natural que as populações só descansassem quando os viam longe. A maior parte da comunidade vivia, porém, do contrabando e, embora não fosse uma actividade propriamente legal, sempre foi mais ou menos tolerada como mal menor. Mas a abolição de fronteiras na Europa acabou com o único modo de vida mais ou menos estável dos ciganos. Infelizmente, a alternativa a que lançaram mão foi o tráfico de droga e tudo o que ele arrasta consigo de crimes associados.

80% das famílias ciganas recebem o Rendimento de Reinserção Social, vivem em casas cedidas pelas autarquias com rendas simbólicas, que muitas vezes nem sequer pagam, como se viu na Quinta da Fonte, dispõem de escola grátis para os filhos e assistência médica. Isto é o que a comunidade lhes dá. E o que dão eles em troca? Nada: não trabalham, não pagam impostos, não cumpram as leis do Estado que os acolhe. Reclamam-se uma diferença sociocultural que os exime de responsabilidades semelhantes às de quaisquer cidadãos, mas estão sempre na primeira linha a exigir tudo e mais alguma coisa a que se acham com direito.

Ora, eu aqui dou razão a Paulo Portas: o Estado assistencial não pode perpetuar a dependência de quem tem capacidade para viver de outra maneira. A ajuda pública existe para ocorrer a situações de emergência social, de miséria absoluta, e criar condições para que as pessoas, pelo seu trabalho e pelo seu esforço, possam então ter uma oportunidade para sair do fundo do poço. Mas não existe para alimentar, sem fim à vista, a preguiça, a indolência, a desresponsabilização. Se é que a comunidade cigana está organizada por uma hierarquia estratificada, como dizem, é altura de os seus líderes reflectirem e imporem a sua autoridade à comunidade, para que esta decida se querem ser cidadãos ou marginais. Não podem é ser cidadãos para os direitos e marginais para os deveres.(...)

Miguel Sousa Tavares"

FACTOS:

1 - "Ciganos no Parque do Bolão

No "Amigo do Povo" de 14 de Março, prometemos dizer por que viemos encantados, depois da visita às novas instalações dos Ciganos que viviam à Estação Velha.

Não há como ver! Dois complexos de casas pré-fabricadas. Tipo T2 e T3. Entre os dois, uma "avenida larga". Mais duas a nascente e poente. Um pré-fabricado mais amplo – Centro Social – para actividades com as famílias e gabinetes para uma Equipa disponibilizada pela Fundação Fernão Mendes Pinto: um psicólogo, um sociólogo, assistentes sociais e um técnico de cultura e desporto, que acompanhará e avaliará o progresso das famílias, que irão sendo transferidas para casas dentro da cidade, cedidas pela Câmara Municipal.
Perto das casas, amplos espaços para recreio e actividades das crianças, ao jeito cigano: "Livres como o ar / livres como o vento / como as estrelas / no firmamento".
No dia 19 de Fevereiro de 2004, o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Carlos Encarnação, fez a entrega das chaves às 11 famílias ciganas e com ele, o vereador da Habitação, Dr. Jorge Gouveia Monteiro, fizeram, no Salão do Centro Social, as recomendações indispensáveis: "Que sejais muito felizes aqui. A cidade tem os olhos postos em nós... O que estamos a fazer é uma coisa necessária, actual, útil e fundamental". 19 de Fevereiro fica um dia histórico na promoção do Povo cigano, iniciativa da autarquia.
Bonita a plantação das laranjeiras à porta de cada casa, algumas plantadas pelo próprio presidente da Câmara: "significam continuação da vida". Acrescentamos também de fecundidade". Neste clã há família com 10 e mais filhos: "São a minha riqueza".
Um cigano exprimiu a sua gratidão, alegria e o sentir de todas as famílias: "Gostei muito. É uma coisa muito alegre. É a maior alegria da minha vida".
16 crianças frequentam já com assiduidade as escolas da Cidade.
A nossa visita a 29 de Fevereiro teve o sabor de uma visita pascal. Todas as casas se nos abriram: limpeza, ordem, requintes de bom gosto. Cozinha com tudo o que é necessário. Casas de banho, quartos de dormir, móveis indispensáveis... alegria em cada rosto.
Parabéns Sr. Presidente da Câmara, Sr. Vereador Gouveia Monteiro e à equipa da Fernão Mendes Pinto e a todos quantos colaboraram nesta iniciativa. Votos por um êxito total. Padre Francisco  " (http://www.oamigodopovo.com/)

2 - "Famalicão: Habitações antigas vão ser demolidas

Comunidade cigana com casas novas
A comunidade cigana de Famalicão foi ontem realojada em casas novas, após terem vivido mais de 30 anos em barracas. O sentimento geral é de alegria, mas os moradores ainda não esqueceram a demora na atribuição das habitações.
O dia foi de expectativa na Urbanização das Bétulas, a nova morada de cerca de trinta famílias de etnia cigana. Antes, os 150 moradores faziam vida nas barracas, junto da estação de comboios da cidade, onde imperava a insalubridade.
"Estamos muito felizes. Na outra casa faltava-nos a casa de banho", contou ao CM Maria do Amparo Monteiro, 66 anos. A mulher viveu com os 12 filhos na antiga casa durante 30 anos e aponta as faltas de condições como ‘responsáveis' pelo estado de saúde debilitado do marido.
A filha do casal vai mais longe. "As casas já deviam ter sido dadas há muito tempo. Houve pessoas que faleceram por doença por estarem ali", acusa Luciana Dias.
Os novos inquilinos estiveram durante todo o dia em mudanças. A urbanização é composta por três blocos com 30 habitações (três T1, oito T2, treze T3 e seis T4), naquilo que foi um investimento municipal de 2,8 milhões de euros. As antigas casas vão ser demolidas para nascer ali um ‘transfer' rodoferroviário. 14 de Dezembro 2010, 00h30,  Por:Ana Sofia Coelho, Correio da Manhä "

3 - Povo excremento
POR MANUEL GOUVEIA, ÀS 14:58 , Junho 2010

Domingo. Caminho pela marginal do Barreiro. No recanto que a margem faz sobre o paredão do clube naval, um beiço de terra dobra-se sobre o rio. Homens, mulheres e crianças banham-se nesse pedaço de praia fluvial. Dizem-me em tempos rica em iodo.
Hoje acumulam-se os detritos que a maré traz da Lisboa em frente. Estes homens e mulheres também vêm de lá, de uma semana de trabalho. Não me surpreendo, afinal os excrementos de Lisboa sempre deram ali à costa.
Fazem uma algazarra. Ignoram estoicamente que há muito que estão mortos.
Sábado. Funeral em Campo Maior. A mesma vila que se ergueu e impediu a prisão do seu mais ilustre filho e incontornável patrão. O Nabeiro dos cafés. Estaciono numa rua surpreendentemente vazia. Deu jeito pois chegámos atrasados. As portas da Igreja abrem-se de par em par, só a atravessamos assim em dias de procissão, ou quando o nosso esquife desliza sobre os ombros dos outros como um andor ou como uma canoa lançada ao sabor das ondas, muito para além do destino finito dos homens.
Um GNR acerca-se de nós e pergunta de quem é o carro estacionado na rua que sobe. Acuso-me temendo a ira da autoridade por uma qualquer infracção da minha parte. Mas não, a autoridade informa-me que se vão retirar para acompanhar o cortejo fúnebre e que a partir desse momento estou por minha conta. Nem tento perceber o que se passa e vou retirar a viatura, só então dei por eles. Muitos GNRs, dois jeeps em permanente patrulha.
Dizem-me que os ciganos que moram ali, em casas cedidas pela câmara, tomaram os carros de assalto, que isso é habitual em dias de missa e funerais. Que a GNR teve de aguardar por reforços vindos das aldeias vizinhas. Quando a cerimónia no cemitério termina e as pessoas se começam a retirar um GNR informa-nos, mais uma vez, que ficamos por nossa conta e risco. Fomos buscar as viaturas que agrupamos no terreno em frente. Não as formamos em círculo como no tempo do farwest, também não fomos incomodados.
Sou defensor do RSI, acredito no mérito das políticas de reinserção social, mas não aceito que as mesmas sejam cegas a questões de cidadania. Quem mantém toda uma população refém pelo medo, quem se julga acima da lei devia de ser cortado de todo o tipo de apoio social a começar pela habitação atribuída.
Este povo excremento tem que se revoltar. Contra ciganos que se julgam acima da lei, contra os políticos que se julgam acima da lei, contra os gestores corruptos.
Este povo tem que dizer não ao esgoto. Porque nos falta a coragem?"-
http://em2711.blogs.sapo.pt/831161.html?thread=7039673

4 - " Vidigueira Rixa leva a demolição sem aviso de casas de ciganos
A Câmara da Vidigueira mandou demolir um armazém onde viviam duas famílias de ciganos com cerca de 70 pessoas, no seguimento de uma rixa que envolveu tiros e que levou a que estas abandonassem o local por alguns dias. Ouvida pelo jornal Público, a população queixa-se de ter perdido tudo, sem pré-aviso.


Um desentendimento entre as famílias Azul e Cabeça, com cerca de 70 pessoas, levou a que esta comunidade de ciganos abandonasse, durante alguns dias, o armazém onde residia, na Vidigueira.
O chamado Parque Estágio, que os albergava, tinha sido mandado construir pela Câmara Municipal, para que as famílias de ciganos abandonassem as ruínas do castelo da Vidigueira.
Mas quando estas voltaram ao armazém, sem luz ou água canalizada, depararam-se com um cenário inesperado. O edifício tinha sido demolido, a mando da autarquia, que alega que o local foi destruído no momento da rixa e que os custos para a sua recuperação seriam elevados.
Ouvidos pelo jornal Público, que conta hoje a história, os cidadãos reclamam o facto de não terem sido avisados, para poderem retirar os seus pertences. Já o presidente da Câmara alega que não tinha como avisar as pessoas, já que estas estavam ‘desaparecidas’, e assegura que o Parque Estágio era apenas um local de habitação provisória, já que se pretendia alojas as famílias na malha urbana.
08:29 - 08 de Julho de 2014 | Por Notícias Ao Minuto"

5 - "Ciganos rejeitam casas por falta de condições
 As dez famílias de etnia cigana que nos últimos dois meses foram realojadas em novas casas pela Câmara Municipal de Avis afirmam que estão em piores condições do que nas barracas e ameaçam regressar ao antigo acampamento caso a autarquia não cumpra os respectivos arranjos das moradias até ao final do corrente mês. 05 de Março 2005, 00h00Nº de votos (0) Comentários (13) Por:Alexandre M. Silva, Évora “Disseram-nos que iriam resolver os problemas e criar melhores condições de conforto”, garantiu ao CM Maria de Fátima, uma das moradoras deste pequeno bairro de dez habitações, construído pela autarquia junto ao parque industrial da vila. “Se não o fizerem, a partir de Abril mudamos para onde estávamos ou para um terreno qualquer da câmara.” Fendas entre as ripas de madeira das paredes exteriores, falta de portas entre as divisórias da casa, canalizações em mau estado e humidades foram algumas das deficiências encontradas pelas famílias ciganas. “Os buracos nas madeiras deixam entrar o vento e passamos as noites a tremer de frio”, disse Perpétua Silva, uma das pessoas mais velhas desta comunidade cigana. “Muitas das crianças e alguns idosos já estão doentes. Como não tem chovido não sabemos ainda se os telhados deixam entrar água. É possível que isso também aconteça.” Enquanto mostrava a sua nova residência, esta mulher, que viveu cerca de 50 anos no antigo acampamento situado às portas de Avis, no distrito de Portalegre, esclareceu ainda que em algumas moradias a edilidade começou a colocar um vedante para tapar as fendas, mas sem grandes resultados. “O frio entra na mesma e, por isso, têm de tapar todas as paredes e pôr portas na casa de banho e nos quartos. Pagamos a água, a luz e também podíamos pagar a renda. Se é para termos umas novas casas, queremos que as mesmas estejam em condições.” Durante o dia de ontem, o CM tentou contactar, sem sucesso, os autarcas locais. No entanto, fonte da edilidade garantiu que será emitido um comunicado sobre este assunto." - Correio da Manhä.
6 - Porque é que os ciganos ficam à porta?

por CÉU NEVES, 27 novembro 2010, Diário de Noticias



As condições degradantes em que vivem alguns ciganos em Portugal têm sido motivo de queixa junto do Conselho da Europa. Acusam o País de segregar e de discriminar a comunidade. Estivemos em bairros com as piores condições sociais e que motivaram denúncias. Quisemos perceber porque é que vivem nas periferias das cidades e das aldeias, em zonas industriais e de difícil acesso, acantonados, alguns paredes meias com animais. Falámos com os ciganos e com os técnicos que com eles trabalham. Deram-nos a imagem de uma comunidade com costumes, hábitos, e defeitos, enfim, com uma cultura muito própria. São sobretudo os que vivem nos meios rurais que resistem à mudança. Mas, também, referiram a percepção negativa que deles tem a população em geral, que consideram a maior culpada. E as medidas em defesa da comunidade cigana não dão votos. Antes pelo contrário!

Habitação : Estragam as casas? São maus vizinhos?

Vivem entre 50 mil e cem mil ciganos em Portugal, é a estimativa oficial. Podem ser muitos mais. Constituem família cedo e têm mais de quatro filhos em média por casal. Vivem em comunidade, em barracas ou habitações sociais, na periferia das cidades ou aldeias, em terrenos pouco rentáveis e junto às zonas industriais. Sem condições. São motivo de queixa no Conselho da Europa. As medidas que poderiam apoiá-los não dão votos. Eles fecham-se numa concha de tradições e costumes. Meia culpa?
"Há culpas de parte a parte, mas a maior responsabilidade é dos não ciganos. Não lhes são dadas oportunidades. Fiz um inquérito às entidades locais, centros de saúde, Segurança Social, etc., e deram todos respostas negativas. Dizem que eles são culpados da situação, que não querem integrar-se, que estragam as habitações, que sujam tudo, que respondem mal", explica Lídia Mestre, assistente social há 18 anos, dos quais oito como técnica na Câmara da Vidigueira.
Trabalha com uma população mais rural, que não passou pela escola e tem falta de informação. Defende-os: "Os serviços marginalizam-nos descaradamente. E acho que eles adquirem certos hábitos para se defenderem. As pessoas alugam casa a toda a gente menos aos ciganos. E, quando conseguem alugar uma, os vizinhos acabam por constatar que se enganaram."
Lídia Mestre tem na mente António Cabeças, 28 anos, que foi mediador municipal. Com um horário de funcionário público e um vencimento a rondar os 800 euros. Permitiu-lhe tirar a família, Maria Amélia, de 36, e o filho, o Gabriel, de três, do acampamento onde moravam no Castelo, à saída da Vidigueira. Duas assoalhadas por 250 euros mensais que, agora, vai ter dificuldade em pagar. "É a nossa casinha, os vizinhos gostam de nós, isto é muito melhor", conta a mulher. Conseguiu que mais duas famílias alugassem casa na cidade.
Apesar dos elogios da assistente social, a autarquia não renovou o contrato de um ano a António, embora o salário seja pago pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, a entidade promotora do projecto. Os responsáveis autárquicos não explicaram ao DN qual foi o motivo da dispensa.
António Cabeças morava numa barraca feita de tábuas de madeira e folhas de zinco. Um acampamento iniciado há 21 anos pela avó Maria Emília Cabeças, 73 anos. E que cresceu ao mesmo ritmo que a família de Emília: dez filhos vivos, um faleceu. Os rapazes trouxeram as raparigas, como é tradição. Juntaram-se as famílias Cabeças e Azul.
As crianças brincam no terreiro junto às barracas, os adolescentes tratam dos cavalos, as mulheres lavam a loiça na rua, os homens conversam. No Inverno, a hora do jantar recua conforme o pôr do Sol. Não têm electricidade e têm de comer enquanto é dia.
"Foi o antigo presidente que deu este terreno. A CEE [UE] mandou dinheiro para se fazer um bairro e nunca mais veio esse dinheiro", protesta Maria Emília, enquanto mostra um papel que atesta a doação.
Quinze famílias residem na periferia do concelho, 60 pessoas que só têm uma "boca de água" à entrada do acampamento. "Depois dizem que os ciganos cheiram mal, cheiram a fumo... não temos condições, nem sequer água, as casas estão estragadas e o lixo amontoado", protestam. E respondem que sim, que fariam melhoramentos nas habitações se lhes dessem material. Até que António Azul, 61 anos, exclama: "Como? Se não sou carpinteiro?"
Ângela Ramos vive num bairro social, das Pedreiras, em Beja, que se revelou uma desilusão. "Fiquei muito contente, não cuidava que era assim. As casas na vila não são caras, mas ninguém nos aluga", lamenta. 

Nómadas: Não se fixam? Andam sempre com a casa às costas?


Maria Balbina dos Reis e os filhos vivem ao relento. A sua casa é o campo.Fotografia © Rodrigo Cabrita - Global Imagens

Noventa por cento dos ciganos são sedentários. O que contradiz a imagem de povo nómada. É essa percepção que "tem atrasado as políticas de realojamento desta comunidade", critica a socióloga Alexandra Castro. "Se, por um lado, se diz que têm de estar sedentarizados para uma maior inclusão, justificam a falta de projectos nesse sentido com o seu carácter de nómadas." Remata: "É o peso dos estereótipos!"
Carlos Barão e a mulher, Deolinda Montrás, são nómadas à força. Não atingiram os 50 anos de vida e sempre de um lado para o outro. Acabam de chegar ao acampamento da Vidigueira, onde vive a filha que se casou com um membro da família Azul. "Estávamos no Bairro do Canil [Beja], mas chegou lá a ASAE [foi a GNR, que é quem tem competência para intervir nestas condições] e tivemos de desmontar tudo, porque se ficássemos tínhamos de pagar uma multa de 300 euros. Tem sido um castigo", conta o marido. Viajaram com dois filhos, o Joaquim, de três anos, e o Ricardo, de 15, os restantes seis "já estão por sua conta", dois cavalos e o gato.
Maria Balbina Reis, 27 anos, manteve-se com os quatro filhos no descampado de que fala Carlos Barão. A Câmara de Beja tenta impedir que as pessoas ali permaneçam, caso contrário, nunca pararia o número de pessoas para realojar. Maria vive literalmente na rua, monta um plástico por cima das camas à noite quando chove e faz frio.
Prudêncio Canhoto, 38 anos, mediador em Beja, tenta encontrar solução para os casos mais graves. Como o de uma mulher que tem o marido no Estabelecimento Prisional de Beja, razão que a impede de se afastar do concelho. O mediador traz-lhe boas notícias.
Colchões e cobertores dobrados. Tachos e pratos num alguidar. Maria Balbina lava a loiça enquanto as crianças se entretêm a brincar com paus e terra. "Não têm calçado para ir à escola", justifica a mãe. São parcos os haveres, sempre é mais fácil de recolher quando chega a guarda, para voltar a colocar e assim sucessivamente. É casada com Joaquim Marques, 26 anos, neto do Joaquim Estrela, o patriarca e que vive numa habitação social ao lado. "Não arranjo trabalho. Tirei um curso de mecânico de sete meses, mas não consigo arranjar nada", justifica-se.
Educação: Não gostam de estudar? Não aprendem?


Sérgio Reis estuda à luz da vela pois durante a noite a casa não tem iluminação suficienteFotografia © Rodrigo Cabrita - Global Imagens

"A formação e a preparação para o trabalho é uma competência da escola", afirmam os autores do estudo "Comunidades ciganas, representações dinâmicas de exclusão/integração". Mas reconhecem: "Como a maioria dos ciganos, de acordo com a sua tradição, procura exercer a sua actividade profissional na venda ambulante, frequentar a escola é frequentemente visto pelas comunidades ciganas como uma perda de tempo (não se aprende a negociar)."
Bruno Gonçalves, o mediador, adverte: "Não podemos generalizar. Há ciganos que não pensam assim." E os professores revelam as dificuldades que têm em mantê-los nas aulas. É por essa razão que uma das exigências para se receber o rendimento de inserção social é que as crianças frequentem a escola. Também existem bons exemplos.
"Gostava de ir embora, que os meus filhos fossem à escola com as outras crianças. Este ano meteram os ciganos no quartel, os outros foram embora", protesta Ângela Ramos, do Bairro das Pedreiras. A explicação oficial é que se trata de um reajuste no agrupamento de Santa Maria e que é provisório.
Sérgio Reis, 34 anos, e a mulher, Bela Reis, 36, vivem com três filhos em Sobral da Adiça, Moura. Vem um quinto membro a caminho e a filha mais velha, de 14 anos, vive com o marido, com quem voltou à escola. O pai tinha-a tirado aos 12, com "medo que fugisse com um namorado".
O mais novo, de quatro anos, não foi ao infantário porque a educadora faltou. Vê a auxiliar e cumprimentam-se efusivamente. Os dois irmãos, de nove e dez anos, chegam da escola. "São bons alunos, nunca tive queixas", orgulha-se Sérgio Reis, com o mesmo nome do mais velho, no 4.º ano.
"Chumbei uma vez porque o meu pai estava a trabalhar fora e faltei", conta o Serginho. Vai à biblioteca fazer os trabalhos ou jogar computador. "Do que gosto mais é do dia do conto", diz. Quer ser polícia, o pai contraria: "É um trabalho que não presta. Têm de usar uma arma, pode enervar-se."
Vivem com outras 16 famílias num acampamento de barracas, sem água e electricidade, num terreno em declive à saída de Sobral da Adiça. Setenta pessoas recorrem a geradores, à bateria do carro, à gambiarra ou a um pavio feito de pano e molhado em óleo quando o dinheiro acaba. "A água está ali... a dez ou 12 metros", aponta Sérgio Reis. Enchem a carrinha com bidões para ir à fonte de dois em dois dias.
Os quartos têm colchões e roupa dobrada, para desocupar o espaço durante o dia. À noite é coberto pelos corpos de quem lá dorme. É a explicação sempre que a imagem se repete noutros bairros. Os tachos e as panelas espelham à força do esfregão.

Família: Não convivem com os outros? Só se dão entre eles?


A família Reis: Sérgio e Bela com os filhos Sérgio (à esquerda) e IuriFotografia © Rodrigo Cabrita - Global Imagens

"O 25 de Abril nunca entrou por aqui", diz José dos Reis, 59 anos, de cócoras junto à sua barraca, em Sobral da Adiça. Horas a fio assim "sentado", costume cigano que os mais novos já não conseguem acompanhar. Exige horas de treino.
A família Reis iniciou o acampamento, a que se juntaram as mulheres dos filhos, como manda a tradição. São as mulheres que devem partir, para manter a unidade do poder masculino de cada família. "Não pode haver mais que um galo na capoeira", justificam. E é por isso que a árvore genealógica dos bairros se fica por um ou dois ramos familiares.
Continuam a combinar os casamentos dos filhos e entre os membros da comunidade, embora, mais uma vez, Bruno Gonçalves diga que a tradição está a mudar e que há casamentos mistos (ciganos com não ciganos). As vidas mostram uniões combinadas em que só as mulheres podem recusar "o prometido". Chama-se a isso "dar as cabeças". Aos homens resta a alternativa de fugir com a amada se não for ao gosto da família. O casamento está consumado.
"Quando o meu filho fugiu com uma da vossa gente [não cigana], cortei-lhe o seguro do carro. Acabou! Tiveram um acidente, ela grávida, ficaram muito mal, trouxe-os para o pé de mim. Ela já tem mais filhos que as ciganas", conta Patita, um nome pelo qual é conhecido entre a comunidade e que raramente divulga aos forasteiros. O do cartão do cidadão é António Reis, 56 anos, quatro filhos, 16 netos e um bisneto. Com um pormenor: não tem nome da mãe, com quem viveu até morrer. "Não há explicação", diz
O conceito de família na comunidade é bem alargado. E confunde as contas das autarquias, especialmente quando se trata de os realojar. Num bairro ainda sem nome, em Borba, foram realojadas 22 famílias, de 92 pessoas nas contas da autarquia. Casaram os filhos e os rapazes trouxeram as mulheres.
São mais sete casais e os filhos. Acabam de ser realojados em contentores, seis anos depois do previsto e após uma sentença judicial interposta por outros moradores que diziam que o bairro não possuía condições. Os ciganos suspeitam de que os queriam longe. Mas concordam que não tem condições. Entra o cheiro dos currais próximos pela porta e janelas de algumas casas.
Tal como a maioria dos bairros que visitámos, localiza-se no Alentejo. Meios pequenos e onde a pressão da população junto dos autarcas é maior. E as medidas em prol dos ciganos não garantem votos, antes pelo contrário. "Mudaram esta semana para os contentores, felizmente!", comenta um morador de um prédio em frente ao antigo acampamento, na zona industrial da Cruz de Cristo.
Mudaram Orlando Pinto, 27 anos, para o "fogo n.º 3 do Sítio Apoio Temporário à Ecopista", a quem nasceram três filhos. Dormem no mesmo quarto. Os contentores não esticam à medida que a família cresce.
Manuel Lusitano vive com Maria Bruna Inácio, ambos de 44 anos, têm cinco filhos, a rapariga casou-se e teve um filho. Vivem nove na casa de três quartos. "Tinha feito uma casinha para eles no acampamento", diz o pai.
Na doença, na desgraça e na morte a família é tudo. António Cabeças tem consulta marcada para o filho no dia seguinte para o Hospital de Beja. Vai de véspera, com a mulher e um irmão, e dorme em casa da irmã. Na manhã seguinte, toda a família se dirigirá ao estabelecimento hospitalar.
A mãe, Maria Emília Cabeças, teve um imprevisto e não pôde ir. Conta-nos que este mês tem a conta da água em atraso. O dinheiro foi para ajudar as despesas do funeral dos cinco que morreram num acidente em Moura. Em Outubro.

Trabalho: Não querem trabalhar? Vivem do rendimento mínimo?


Manuel trata dos cavalos na VidigueiraFotografia © Rodrigo Cabrita - Global Imagens

"A minha grande vitória neste ano foi colocar um cigano a trabalhar numa junta de freguesia", conta Bruno Gonçalves. Sublinha que se trata de uma instituição pública e garante que não tem mais casos por culpa dos empregadores. Não nega que grande parte da comunidade recebe o rendimento de inserção social (RIS). Mas que não são as grandes quantias que dizem.
Os valores do RIS, actualizados em Agosto, atribuem 189,52 euros a cada membro do casal, os titulares. Recebem mais 94,76 euros por cada filho menor e 132,66 por quem atingiu a maioridade. Uma família com quatro crianças pequenas e um com mais de 18 anos, receberá 890,70 euros por mês.
Bruno Gonçalves é mediador em Coimbra, contrato que viu renovado pelo segundo ano. É um dos 11 mediadores municipais do projecto-piloto do CIDI e que já teve duas câmaras desistentes: Vidigueira e Marinha Grande. "Os mediadores intervêm junto da comunidade, facilitando a comunicação e a sua integração", explica Maria Helena Torres, coordenadora do projecto. Lamenta que tenha havido desistências e que não se candidatem mais câmaras. Bruno foi durante 11 anos mediador educativo, programa do Ministério da Educação já extinto. "Fiquei no desemprego até vir para a Câmara de Coimbra. Continuo com trabalhos precários."
Ser mediador municipal surge actualmente como a única alternativa de trabalho. "Os cavalos já é um vício. O negócio da roupa e dos animais está acabado", sentencia Prudêncio Canhoto, mediador municipal em Beja.
António Reis é vendedor ambulante. "Vou comprar a mercadoria aos armazéns chineses como toda a gente", revela. Vive no Bairro do Arunca, Pombal. Cinquenta e cinco famílias e mais de 200 pessoas moram em habitações sociais agradáveis à vista. Parecem viver em melhores condições de conforto que os ciganos dos outros bairros, alguns daqueles com quem cruzam relações familiares.
As habitações são melhores, mas revelam pormenores comuns aos mais degradados. Vivem na periferia e à margem da população. Ocupam um triângulo à saída da cidade, com a antiga EN1 num dos lados, o rio Arunca no outro e o caminho-de-ferro a fechar. Encheram o viaduto que poderia ligá-los de forma segura e directa à cidade de pedra e cimento. Um beco com saída para a estrada nacional quando o bairro foi inaugurado, em 2007. Construíram-lhes uma passagem por cima do rio depois de muito protestarem.

Cultura: Têm valores próprios? Não querem integrar-se?


Habitantes ciganos do Bairro das PedreirasFotografia © Rodrigo Cabrita - Global Imagens

"O que lhes estão a fazer é uma ciganice!", comenta Bruno Gonçalves sobre os ciganos de Borba. Disse uma "ciganice"? Sim, a palavra existe, está no dicionário. Significa: "Trapaça, negócio pouco claro, aldrabão..."
As novas habitações resultam de um contrato entre o Centro Distrital de Évora, o Município e a Santa Casa da Misericórdia de Borba. A técnica social que acompanha o "projecto de realojamento", Cláudia Branco, diz que serão alojados em habitações na cidade, que precisam de obras e melhorias.
A ideia parece boa. A inclusão é impossível se continuarem segregados em bairros sociais ou de barracas, dizem os técnicos. Mas nos seis anos em que o caso andou no tribunal nada foi feito nesse sentido. Os contratos de cedência por dois anos só com a assinatura dos realojados, e diz que se "destina à morada efectiva e permanente".
Outras realidades, outros costumes, outra cultura, justificam os não ciganos sobre as péssimas condições em que vive a comunidade. Uma comunidade que cada vez mais deixa a Igreja Católica para se refugiar nas novas religiões, nomeadamente na Igreja Evangélica da Filadélfia. Se fosse necessário resumir a impressão geral da presença dos ciganos, "a expressão adequada seria "desrespeito" pelos outros, escrevem os autores dos estudos sobre como a população portuguesa vê a comunidade cigana, publicados no livro Coexistência Inter-Étnica, Espaços e Representações Sociais.
A família de Prudêncio Canhoto vive em Salvados, casinhas brancas no meio da população. Pais e seis irmãos, alguns dos quais já compraram a habitação. Prudêncio espera fazer o mesmo. Está a construir um anexo para o filho mais velho, o Juvenal, de 18 anos, que se juntou, união combinada desde criança. Respeitam e são respeitados. Também António Cabeças é excepção.
Visitámos bairros com a localização maioritária no Alentejo, municípios de esquerda e que, aparentemente, deveriam ser mais solidários. "Não tem que ver com a política, mas com a pessoa que dirige a autarquia", diz Bruno Gonçalves, que considera a Câmara de Coimbra exemplar. É liderada pelo social-democrata Carlos Encarnação.
"Em 1822 deram-nos a cidadania, mas não passou do papel. As comunidades ciganas estão na quarta linha da cidadania. E, no Alentejo, grande parte não iniciou o processo de inclusão. É onde há uma percepção mais negativa dos ciganos", diz Bruno Gonçalves. Os bairros que visitámos dão razão à comissária europeia da Justiça, Viviane Reding, que considerou "escandalosa" a situação que se vive na Europa. Dez milhões de ciganos, "a viver numa pobreza absoluta, que não acederam à habitação e à saúde".


MINHA OPINIÄO E CONCLUSÄO:

O Povo cigano, é um povo cuja cultura ERA nomada. Nomada significa sem Pátria , que não fica num sítio, mas sim vagueia de terra em terra, sem acumular bens imóveis e ocupando por pouco tempo alguns terrenos que encontram pelo caminho.
Os europeus sempre excluiram os Ciganos, fazendo deles vitimas de perseguição e discriminação, não só racial, mas cultural e económica.Como tentativa de preservar e proteger os seus costumes, este povo muitas vezes se excluiu da "nossa sociedade europeia".

É um povo cuja cultura cumpre preservar e proteger, mas hoje, no século XXI, a cultura cigana está em declínio. O ciganos continuam a ocupar terrenos, mas não é por um curto periodo de tempo.
A cultura de feirantes nomadas já não enriquece nem alimenta ninguém como nos séculos passados. Os terrenos de campo desocupado para servir de pouso temporário já escasseiam.
Os ciganos ocupam agora terrenos e ruinas nas cidades e exigem casas.
Os ciganos desejam ser sedentários e exigem o seu lugar na sociedade. E têm esse direito.

Há uma incompreensão, falta de diálogo e medo entre o povo cigano e os cidadäos europeus.
Os ciganos por isso se sentem discriminados e têm razão de se sentirem assim, mas têm de compreender que a conquista dos seus direitos no mundo dito "civilizado", implica o seguimento das leis do "nosso" mundo.
Qualquer imigrante para viver num "mundo europeu", não pode passar por cima dos direitos das pessoas que durante séculos viveram e lutaram por leis "democraticas"  pelo regime "capitalista" desse país.

O sentimento mútuo de injustiça entre estes dois mundos é a falta de diálogo e a falta de justiça para com ambos o povos.

A culpa não é do cigano, mas do Estado, Policia e Autarquias, que em vez de aproximar os ciganos de "todos" , os afasta cedendo-lhes casas ou terrenos ou ruínas sem controle estatístico e segregados da rede urbana. É a segregação ao invés da integração e diálogo desse povo nas nossas cidades.

Porque não fazer edifícios mistos ao invés de edifícios só para ciganos?
Näo seria essa a situacäo ideal se fosse possível?
E porque o Cidadäo "normal" näo tem acesso a essas casas oferecidas? Não é isso também uma discriminação contra o cidadão já integrado ou em vias de integracäo ? 
E em quantas casas de velhotes näo há aquecimento e chove dentro? Só porque näo teem criancas para usar como escudo - como fazem algumas populacöes - näo merecem ajuda?

Para além de o Lobby cigano existir, existe também o outro lado da moeda: o medo e  a discriminacäo. Para o bem da cultura cigana e dos valores humanistas, devemos ser justos para todos e dar a todos as mesmas possibilidades de integração cultural e económica no "nosso mundo civilizado".

Não se podem argumentar com questões raciais, porque a questão não é racial. Nem se deve usar crianças como escudo ou argumento para conseguir uma casa. 

O problema dos Ciganos é o mesmo entre a palestina e Israel. É a falta de tolerancia de ambas as partes. Quem tinha razäo, já a perdeu. Hoje säo todos culpados.

Os direitos democráticos devem ser para quem quer trabalhar com direitos e deveres numa sociedade de direito.
A situacäo ideal é a convivencia, integracäo e punicäo  justa e igual para todos os cidadäos: novos e velhos, altos e baixos , gordos e magros. E isso só será possível quando as pessoas deixarem de ser rotuladas e forem tratadas pelo Estado de igual maneira.

PORTUGAL ANTES DA "TROIKA" OU POUPEM! POUPEM!

Recebi a 1 de Novembro de 2011 este Mail (não é de minha autoria e infelizmente não publiquei na altura, é um pouco duro, mas agora aqui vai) :

Convém recordar: António Lobo Xavier
Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI,António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.
Este é um dos indivíduos que vai rotineiramente
à televisão explicar aos portugueses a necessidade
de sacrifícios e de redução de salários...


Cá vai um importante contributo, que o Ministro das Finanças não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso que não sabe em que mais cortar. Acabou o recreio e o receio!
Este e-mail vai circular hoje e será lido por centenas de milhares de pessoas. A guerra contra a chulisse, está a começar. Não subestimem o povo que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do porquê de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos! Estamos de olhos bem abertos e dispostos a fazer -quase-tudo, para mudar o rumo deste abuso.
Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar.

Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três ex-Presidentes da República.

 2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

 4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

 5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados?

 6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

 7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

 8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

 9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.

 10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...

 11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

 12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.

 13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

 14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.

 15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder.

 16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

 17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

 18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

 20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

 21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).

 23. Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.

 24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".

 25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

26. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".

 27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.

 28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

 29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

 30. Pôr os Bancos a pagar impostos.

POR TODOS NÓS E PELOS NOSSOS FILHOS.
Convém recordar: José Pedro Aguiar-Branco



O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco
e agora ministro da defesa é outro dos "campeões" dos cargos
nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa
(que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa,
entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu
8 080 euros, ou seja, 4 040 por reunião.
-Este é um dos indivíduos que vai rotineiramente
à televisão explicar aos portugueses a necessidade
de sacrifícios e de redução de salários...
E agora é Ministro da Defesa.


Convém recordar: António Nogueira Leite



Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa,
EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos.
O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas
companhias. O que corresponde a mais de 5 300 euros por reunião. Este é um dos indivíduos que vai rotineiramente
à televisão explicar aos portugueses a necessidade
de sacrifícios e de redução de salários...









Convém recordar: João Vieira Castro

O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro
(na infografia, a ordem é pelo total de salário).
O advogado recebeu, em 2009,45 mil euros por apenasquatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia
geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria.



Convém recordar: Daniel Proença de Carvalho
Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009,15,8 mil euros por reunião. Este é um dos indivíduos que vai rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários...

Convém recordar:Gestores não executivos recebem 7 400 euros por reunião!!!

Embora não desempenhem cargos de gestão, administradores são bem pagos.
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI--20, os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros.
Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de CarvalhoAntónio Nogueira LeiteJosé Pedro Aguiar-Branco, António Lobo XavierJoão Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham. -Estes são alguns dos indivíduos que vão rotineiramente à televisão explicar
aos portugueses a necessidade de sacrifícios e de redução de salários...

POR ESTAS E POR OUTRAS ESTE " SÍTIO " NUNCA MAIS É UM PAÍS.

Vencimentos com valores médios em termos de carreira...

G.N.R...............? 800,00 - Para arriscar a vida.
Bombeiro...........? 960,00 - Para salvar vidas.
Professor...........? 930,00 - Para preparar para a vida.
Médico...........? 2.260,00 - Para manter a vida.
Deputado...... ? 6.700,00 - Para nos lixar a vida.