quarta-feira, 10 de março de 2010

ESTEPES ALENTEJANAS

Vejam estas imagens. São do Alentejo.

Continuem vendo. Já detectaram o que está de errado?
É bonito?

Mais uma para ajudar....

E então? já descobriram? Não? Eu ajudo.

Acham lindo?
ERRADO!
É muito feio.
Uma árvore isolada e afastada da próxima árvore. Por entre essas árvores relva seca e calhaus.
E então onde estão os animais? Onde está vegetação viva para os animais se esconderem e alimentarem? E onde estão a Fauna e a Flora originais ?

ONDE? ONDE?
Eu digo-vos: extintos, caçados, mortos, exterminados,atropelados e enxotados para o cultivo extensivo de cereais.

Assim deveria ser a paisagem alentejana:


Antes o Alentejo era todo assim, cheio de vida, de árvores:


As estepes alentejanas agradecemos nós portugueses ao Sr. ditador Salazar que em Portugal quis produzir o pão para a europa para combater a pobreza e oferecer muito trabalho aos portugueses. Essa é uma realidade desactualizada.E foi um negócio mau pois só deu dinheiro aos ingleses. Meu avô era mineiro para os ingleses e minha avó e mãe eram cefeiras para os ingleses.

Os ceifeiros, mineiros e trabalhadores agricolas que viviam na miséria e eram muito mal pagos no Alentejo deixaram estes campos nos anos sessenta e setenta para virem trabalhar na cidade.
Sim, é claro que hoje ainda é necessário plantagem agrícola no Alentejo para alimentar Portugal, mas para o que eu quero chamar a atenção é a prevenção de uma desgraça climática na Província do Alentejo.
Toda a fauna e flora originais do Alentejo foi arrasada para dar lugar às superfícies vazias e nuas, às estepes alentejanas que todos acham "lindo".
Se voçês vivessem no alentejo ou por lá ficassem um mês veriam que não há nada de lindo no solo alentejano. É quase um deserto climaticamente falando. A terra está cansada e é fraca em restos orgânicos para alimentar uma floresta como outrora tivera. É como no deserto: de dia são 40 graus positivos à sombra e de noite são cinco graus negativos e geada.
No chão só há calhaus e nem vou começar a falar da escassez da chuva....
O que nós temos hoje em dia no Alentejo em grande escala são estepes. As estepes são o princípio do deserto. É o começo do fim!

Numa paisagem de estepe o chão não é capaz de reter as águas das chuvas por muito tempo.
A terra sem protecção é como a nossa pele ao sol : seca e cria câncro. Assim é com a pele do planeta Terra. Sem a protecção solar do planeta Terra - as árvores - a Terra cria cancro- o deserto.
O DESERTO É O CÂNCRO DO PLANETA TERRA!

Numa paisagem coberta de árvores, mesmo que chova uma vez só por ano, a humidade e a água das chuvas é retida no solo pela copas das árvores por muito mais tempo. As copas das Àrvores protegem o solo e com o cair dos seus frutos, ramos e folhas, a terra cria uma camada orgânica humida chamada Humus, que mantém a humidade na terra e sais minerais para a existência de plantas e insectos por cima e por debaixo do solo.


Com as árvores vem também a possibilidade de vida de animais que dependem delas para alimento e construção de tocas. Com a existência desses animais podem-se alimentar predadores de maior porte como outrora existiram muitos no Alentejo: Linces, gatos bravos, lobos, raposas...
ver:http://www.minerva.uevora.pt/montoito29/faunaeflora.htm


Quando foi a última vez que viram uma raposa no Alentejo? E um lince?


Antigamente haviam muitas raposas e lobos no Alentejo , me contou minha mãe, quando ela era pequena.
Para evitar que o Alentejo se torne num deserto há que reflorestar o Alentejo!
Reflorestar o Alentejo para evitar que um ano de seca como aconteceu à uns anos, não destruam as terras de pasto, nem as colheitas.
É necessário remineralizar a terra com restos orgânicos para se criar uma camada fértil sobre os calhaus de xisto que há por toda a superfície do Alentejo.
Aos proprietários de terra agrícola deveria ser imposta uma percentagem de área significativa para a criação de corredores onde a fauna e flora natural do Alentejo proliferasse.É o tal planeamento e concretização desse planeamento que em Portugal escasseia....
Para quê?
Para haver mais fertilidade, mais ar puro, mais água, mais biodiversidade, um clima mais ameno e temperaturas mais favoráveis à nossa existência neste planeta.
Nâo podemos esperar que o Brasil pare com o corte da floresta tropical. Temos nós o dever de mostrar "como se faz", servir de exemplo ao mundo e criarmos o nosso próprio micro-clima , o nosso "pulmão" para termos um Portugal mais saudável e bonito.

Assim NÃO:

ASSIM:


SALVEM O ALENTEJO, IMPEÇAM A PROLIFERAÇÃO DO DESERTO!
REFLORESTAR O ALENTEJO!

segunda-feira, 8 de março de 2010

SOCORRO SALVEM-NOS !!!!! 2


Pois meus caros amigos aqui está mais um caso cabeludo da falta de amor próprio português, incompetência dos nossos governantes e inutilidade das nossas leis.
Como é possível permitir que testemunhos tão originais da nossa cultura arquitectónica sejam comidos pelo mofo e ferrugem?
Não podemos ser tão egoístas e pensar que só porque é propriedade privada, que o problema é do proprietário.
Os proprietários estão todos desejando que os seus imóveis antigos caiam de podre pois assim ficam com o terreno livre para vender ou construir uma porcaria qualquer de betão e facturar milhares de euros.
Os proprietários têm de ser ajudados - se não tiverem dinheiro - ou obrigados - se tiverem dinheiro - a preservar suas posses de interesse patrimonial.
Proponho que o estado tem de expropriar se necessário e arranjar o imóvel e lucrar com o aluguel para pagar o arranjo e depois devolver em bom estado a posse ao proprietário original.
Se não forem tomadas medidas urgentes, mais edifíciois - testemunhos da originalidade portuguesa - como o edifício embaixo desaparecerão para sempre.
Esta é a entrada de Setúbal vindo pela Autoestrada. É impossível que ninguém veja isto:


A VERGONHA da Câmara de Setúbal obriga a cobrir o edifício pelos cartazes publicitários!
Como é propriedade privada, é deixada a apodrecer juntamente com quem lá mora.
Acham isto bem?
Reparem na maravilhosa torre de aço que construiram ao lado da casa em estilo Neo-gótico.

Na base da torre verificamos que está situado um poço.
A torre está ligada à casa por uma ponte fantástica em aço.
A varanda do primeiro andar é suportada ela também por colunas de aço de ordem coríntia.

O edifício dá sinais que ainda é habitado.
Sobre este edifício encontrei um artigo interessante num blog :
http://setubalnet.blogspot.com/2008/10/variante-da-vrzea.html
Mais uma vez é assim que as câmaras pensam : é privado,..então eles que se desenrasquem....
E quem fica a perder somos nós portugueses!
A propriedade implica RESPONSABILIDADE!

sexta-feira, 5 de março de 2010

PREMIADA A INCOMPETÊNCIA - PARTE 2



Ok...após longa conversa com um professor de economia, ele me explicou que não é como eu escrevo no artigo de 3 de março de 2010 que as coisa se passaram.
O que se passou é que faliram dois bancos: o banco dos bons e o banco dos maus.
No banco dos bons temos o Joe Berard que confiou no banco e fez um simples depósito.
No banco dos maus temos uns que acreditaram na história da carochinha que o banco lhes contou de 10% de vencimento em juros num simples depósito. Ora não existe que um simples depósito dê juros tão elevados. Deveriam logo de ter suspeitado nessa altura.... Nesse banco mau só aceitavam clientes que pusessem no mínimo 20.000 euros na conta. O banco dos maus era um banco para gente rica e mal informada e achavam-se mais espertos que os outros por receberem tantos juros.
O Estado deu os 450 milhões de euros ao banco dos bons porque os bancos e a nossa economia se baseia em dinheiro fictício e na base da confiança. Os bancos estão todos dependentes uns dos outros economicamente e fazem investimento uns nos outros.
Se um banco cai, caem os outros todos que tiverem ligações económicas com ele.Para evitar que o nosso sistema económico todo caísse em cadeia, o estado tapou o buraco desse banco dos bons.
O caso do banco dos maus foi pura burla. As pessoas foram enganadas e aldrabadas. A esse banco o ministério da economia não deu nada.
Mas eu agora pergunto - que não sou economista - se o dinheiro tivesse sido devolvido ao Joe Berardo e aos outros utentes do banco dos bons ao invés de dar o dinheiro à gerência do Banco, não teriam estes também tapado o buraco na nossa economia com novos depósitos em novas contas noutros bancos? Assim o dinheiro ainda estaria em circulação. Mas agora....? Onde foi esse dinheiro? Não foi para o bolso da gerência? Foi salvo o banco?

quinta-feira, 4 de março de 2010

PATRIMÓNIO NÃO É SÓ O VELHO!

Pois é meus senhores e senhoras....
Isso de que o que tem "fernicoques" na fachada é que é digno de manter é um mito que tem de ser exterminado.
Não existe uma consciência arquitectónica por parte de instituições no nosso País.
A ordem dos arquitectos não tem nenhuma autoridade.
Não existe um Instituto que defenda o património de forma eficaz e este blog tem provas disso.
E nem só o que é antigo tem de ser conservado,mas também o que se destaca pelo que conta do que é ser português e ser arquitecto, designer ou artesão em Portugal.

Veja-se este caso exemplar:


"Os alicerces da célebre moradia foram lançados em 1972, depois de o advogado André Gonçalves Pereira ter comprado um lote de terreno naquele que viria a ser o pedaço de terra algarvio que concentra mais fortunas por metro quadrado.
Da autoria do arquitecto Fernando Ramalho, a Casa Redonda – a primeira da Quinta do Lago (Algarve) – é agora alvo de reportagens em revistas de arquitectura e análises sobre a traça do autor. Todas as divisões são… redondas. À falta de superfícies planas, os muitos quadros da casa permanecem em cavaletes, apenas um dos pormenores da decoração de Maria José Salavisa." - retirado de http://www.observatoriodoalgarve.com/cna/noticias_ver.asp?noticia=12928

Esta casa vai agora, ou foi, demolida para o novo dono construir outra casa ao invés de manter esta. Quem se levantou e irou contra isto? Onde está o tal instituto que é responsável pela preservação do que é orgulhosamente nosso? Ou será que a casa não merecia ser considerada património porque não tem arcos góticos nem cantarias manuelinas?
Quem cuida do que é hoje património?

Loulé tem muitos exemplos de arquitectura dos anos sessenta/setenta dignos de preservação. Edifícios que contam a história da arquitectura daquele tempo, com características próprias daquele tempo. Testemunhas de um tempo e técnicas de construção.
Quem cuida destes?

Edifícios em Loulé

SOCORRO , SALVEM-NOS!!!!

Quanta da nossa arte de arquitectos e artesãos tem de desaparecer para dizermos um dia : CHEGA!
Para quando a consciência que é Portugal que desaparece em cada fachada abatida?
Cada vidraça de janela partida é cuspo na cara do nosso país!
Para quando lei e politica séria que salvaguarde o nosso património?
Quem salva as portas de entrada de madeira altamente trabalhadas, e os corrimãos de escada de ferro forjado, e os frisos dos compartimentos de cada quarto?
O património não é só o Jerónimos, mas também as pequenas e velha casas de habitação.
O património não são só as fachadas ,mas também os pormenores de construção no interior das casas, desde o ferrolho, passando pela maçaneta até à telha do telhado.
Tudo isso é testemunho da arte que somos.
Por isso apressem-se a nos salvar de nós próprios!

Em Loulé:

Palácio da Fonte da pipa.

Conta a lenda que este palácio é propriedade de um senhor estrangeiro que queria fazer um hotel de charme ,mas a câmara de Loulé não legaliza esse projecto, pois a câmara pretendia comprar ela mesma o edifício por uma soma que o dono não aceita.
Nem há hotel nem há palácio...
Agora nem a câmara, nem o dono, nem o edifício estão satisfeitos.
Esteve decadas sempre fechado e só no verão de 2008 e 2009 abriu por uns meses para fazer uma exposição em colaboração com o "Allgarve" e a caixa geral de depósitos respectivamente.
Para quando o fim da avareza humana e o salvamento deste testemunho rico da nossa genialidade na construção?
Deixem o homem fazer um hotel malta! Pelo menos o senhor teria de manter o edifício bem cuidado! Entrem em acordo!


Agora imaginem que a recuperação de um prédio é só a recuperação da fachada. É o que a Lei diz. Só a fachada é protegida por lei.
Então e isto? Quem salva isto no interior deste palácio?

Venham antes que seja tarde demais. Os estragos do tempo já se notam :


Avenida José da Costa Mealha

Agora vejam este caso.
Em plena avenida de Loulé, na mesma avenida onde está o edifício principal da câmara municipal de Loulé surge este imóvel antigo.



Como é possível permitir tal coisa? Como a câmara e o estado e os potugueses todos não se sensibilizam para isto?
Como é possível cuidar de metade de uma maçã e não da outra? Não sabem que cria bicho na mesma?
Neste edifício o proprietário aluga a um banco um lado e o outro lado da casa é descuidado por não estar ocupado.
Entretanto os azulejos dos anos 30 já foram ao ar, a estátua do lado esquerdo já desapareceu, o telhado tem uma claraboia que deixa chover no piso superior.
É uma vergonha para o banco e para o/os proprietários do edifício.
Não é de desapropriar os donos deste edifício ou obrigá-los por lei - que ainda não existe- a arranjar o telhado, fachada e interior do edifício?

Não, não é uma montagem...
O nosso testemunho e herança artesanal e arquitectónica morrem aqui.

Em Olhão:

Em Olhão há uma casa que não é de ninguém num terreno logo à entrada da cidade bem perto do centro. é um terreno que com um paralelipípedo de betão com apartamentos daria mais dinheiro ao dono e por isso, deixa-se morrer a casa. Onde está o instituto que determina o que é património? Se esse instituto existe, então só lá trabalham cegos ou impotentes face à realidade....o que de palacetes antigos caem de podre sem ajuda em Portugal é de bradar aos céus....
Á coisa de dois anos colocaram aquele painel de publicidade - lado direiro da foto - para esconder a vergonha de quem vem daquele lado da estrada.


Á dois anos a casa tinha uma escadas que davam entrada á porta principal e possuia um baldaquino muito trabalhado de madeira. O baldaquino caiu e foi tudo levado embora.

As escadas ainda lá estão - à direita na foto - ...mais ou menos....

Isto podia ser uma biblioteca, um museu, um edifício da Câmara, uma loja do cidadão, o museu da cidade, uma escola primária , uma clínica, um hotel de charme e tudo o que homens bons desejassem. Ao invés disso por ganância e ignorância é a face de Olhão. E é a vergonha de Portugal.
O património não são só os jerónimos e a torre dos clérigos.
Salvem nosso património,
SALVEM PORTUGAL!