Enganam-se!
Eu já fui turista em Portugal e sei que os turistas vêem para sentir o nosso espaço arquitectónico bem diferente de todos lá fora: O feeling portugês. O nosso savoir vivre.
Praias há muitas...e melhores que as nossas....mas nosso património arquitectónico há só este que vai sobrevivendo à auto destuição portuguesa.
Olhem para o estado das nossas baixas.
Vâo a Lisboa, Faro, Leiria, Lagos, Braga, Vila real de santo António, Tavira, Olhão, portalegre, etc. não interessa qual a cidade. Em todas se encontra o mesmo fenómeno do "Deixa andar"português.
Do que estão à espera? Estão à espera que venham para cá os espanhois, os alemães e os ingleses a comprar nossas coisas?
Sabiam que o vinho do Porto é uma invenção inglesa? Nós devemos o vinho do Porto à inglaterra. Senão aqui não se fazia nada.... senão estavam os vales do douro cheios de vivendas prestes a cair na próxima enchurrada....
Nós não merecemos os bens que temos.
Temos tudo para sermos o país mais desenvolvido e turístico do mundo, mas preferimos deixar andar....é a Lei do desenrasca....do remendar para durar um dia sem pensar no futuro.
É como a "Deolinda" canta: "agora não que joga o Benfica (...) vão andando que eu vou lá ter..." Mas isso é outra conversa. Este artigo é sobre a arquitectura.
Como dizia: vão às nossas baixas e observem....em todas as baixas se vêem edifícios barrocos com Lojas luxuosas a ocupar o rés do chão . E nos andares de cima? Janelas escancaradas, corrimãos podres, telhados caidos, janelas com vidros partidos por onde chove...são os andares de ninguém. Quanto mais perto do céu, mais podre...irónico não é? Devia de ser ao contrário....enfim.
De quem é a culpa? É dos proprietários e do Estado.
Para quando uma lei que é aplicada e fiscalizada que obrigue e ajude os proprietários a manter os edifícios em condições? Essas lojas pagam rendas chorudas. Não há dinheiro para arranjar o telhado nem arranjar o vidro? Duvido.
E vejam lá quantas portas e janelas antigas lindíssimas foram substituidas por porcarias de alumínio?
Foto de Faro:
Imaginem que eu comprava a Mona lisa de Leonardo da Vinci, e agora recortava-lhe os olhos e metia lá duas bolas de ping pong e punha-a à chuva.... Achavam que eu tinha esse direito? NÃO!
O mesmo se passa com a nossa herança arquitéctónica. Está violentada e à merçê das intempéries!
Ora vejamos:
-Em Faro:








-O Porto:
Mete mais dó que Lisboa, pois está mais abandonado ainda. Muita casa vazia...e tanta gente com falta de habitação....


Em baixo ui..por cima pfui!

Olhem para estas habitações por de trás desta juventude. É essa a cara de Portugal?
Ou deve ser esta?

Reparem no andar por cima da casa dos óculos...
Vidros partidos, janelas de madeira podres e guardas enferrujadas....

é esta a face de Portugal?

Mas é isto que o mundo vê e tem de nós!
-Portimão:


Reparem neste último como o andar de baixo foi sendo pintado pelas lojas que se foram instalando enquanto que no andar de cima nada foi feito....
Por um lado é bom..sabe-se a cor original do edfício,mas por outro lado o musgo, rasgos nas paredes e a podridão se instalam mais rapidamente...
-Aveiro:

onde está uma farmácia tá-se bem...ao lado já não....
-Coimbra:
Mau Mau!




-Leiria:


-Santarém:

-Vila real de sto. António:

As originais têm um quadriculado e são de madeita e são de duas folhas horizontais. As janelas novas já não têm esse quadriculado. Descaracterizaram tudo. O que diria o Marquês do Pombal se visse isto? "Para a guilhotina com eles!"
CONCLUSÃO:
Os centros históricos gritam por ajuda e só não vê quem é burro.
Há que rehabitar os centros.
Têm de ser executadas leis que obriguem os proprietários a terem as casas arranjadas e em condições habitáveis, dado que estas casas são património.
No estrangeiro há países que desapropriam os proprietários para arranjarem as casas e as habitarem. As rendas de aluguer dessas casas são aplicadas nas despesas do restauro investidas pelo estado. No fim do pagamento dessas despesas as casas são devolvidas aos proprietários. É uma boa ideia não é?
Rehabilitamos os centros, criamos casas sociais para alojar necessitados e salvamos as casas da ruina.
Património não é só o Jerónimos e a torre dos clérigos, mas também nossas habitações históricas.
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